quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Um poema e uma consideração

Depois desses dias difíceis com a internet volto a postar.
O último temporal queimou e deixou problemas pelo bairro, estamos a voltar ao normal.

Sobre o poema.
Não coloquei nenhuma explicação sobre os poemas postados anteriormente e nem pretendo tornar (ou fazer) regra sobre isso.
Esse poema nasce do estranhamento que senti ao me ver perturbada pela morte do Fontoura (personagem do livro Quarup). Fiz o poema pra ele para esse personagem. Fontoura significou naquele momento que lia sobre sua morte tantos outros homens e mulheres que viveram de sonhos, de angustias.... ao morrerem  deixam suas marcas nas entrelinhas das histórias mal contadas....

O poema: (Segundo poema dedicado ao Fontoura, personagem do livro Quarup)

Aninhado no seu ventre, Fontoura como se tivesse acabado de nascer dela. Só que estava morto (Antônio Callado)
Estrangulou-me a garganta
a morte tua
Límpida
Serena
Cansada
Fontoura dos inglórios,
dos índios passados e
atados no chão.
Cruz e mastro
coração de uma terra injusta.

Encosta teu ouvido,
                Sente
                Ouve...
Seu próprio coração a clamar
Perdidas, idas
                               Guerras
Sonhadas
Relatadas de um ser não-a-vir-a-ser

Feto-homem
A terra te engole
Grata
                In-grata
Terra: seu coração

Maíra
28/01/2011
O choro pela tua noite

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