quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Adeus

Puedo escribir los versos más tristes esta noche (Pablo Neruda)
Adeus. Assim pequeno
assim, leve... rápido
frágil - assim essa voz, esse canto.
Adeus!
Num suspiro, sussurro, sai entre os lábios
Ah... esses lábios, nunca meus, minha boca
pertenceu um dia.
Adeus. Adeus! Adeus!
Que noite. E essa voz tão em mim!
essa voz que meus ouvidos amam!
esses lábios que minha boca se enamora
Ah... essa música nunca falada, esse canto
não esquecido...
Adeus - assim no olhar
assim em prosa, em conto
assim desse jeito
sem jeito.
Adeus é assim sem mistério,
não faz de conta
não é etéreo.
Adeus é assim!
Essa voz foi frágil, suave,
mas o adeus é assim,
seco, duro. Malvado!

Idos de 2003/2004
VI Antologia Nau Literária, 2004 ed. Komedi
Maíra

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