Desatino em cânticos,
Perco-me entre sofridas
Idéias
De um verso nunca terminado.
Alado coração
Distante do meu.
Desperta a ira
Deuses de convívios
Em apuros
Do outro lado da rua.
Frenética
Escrita, ainda que sobre a vizinha
Do andar de cima...
Sofre, sozinho, num beco escuro.
Desmundo oco
Sobra a cabeça do não-eu
Eu que não fui o que sou.
Guardo em rios o rio que não naveguei.
Desnudo o sentido
Do não sentir seus dentes
Cravados em carne dura...
Amante?
Lira descontente
Da música
Da musa
Das artimanhas dos amores vãos...
...em vão a saudade que corrói
Corrobora com a lentidão das avenidas.
Estúpidas monotonias
Dessa via
Que mesa não vira
E quase tudo aceita.
Escurece
E a vida. Vida que se perde
Nas lentidões dos carros sobre as avenidas.
E eu desatino meu canto
Desafino!
Destoante coração sobre a cidade.
Eco sozinho
Dos versos não escritos.