Como chorar
palavras
à toa
esquecidas nos cadernos?...
O que mata?
Fome
Cachaça
Cigarro
e esse eterno ‘Não!’
(Amiga não morras)
Ícones desse
coração-caverna – Maiakóvski
faço verso
com desgosto.
Amargo beijo que me traga a alma;
(Amiga não morras)
Escombros!
Desfilo sob o sol
do meio-dia
e espero
noites frias
para cantar todos os tormentos.
Anos de inércia
e o Mundo inteiro
me pesa nos ombros.
(Amiga não morras)
Não nasci poeta
e nem versos me vêm
em nascentes abundantes de rios.
Estranhas árvores que não me deixam dormir.
Sussurros
Suspiros
Cochichos
falados pela noite
O que tramam os senhores?
(Amiga não morras)
Ecos da turbulência...
...Insanidade!
Sento à mesa
Sozinha...
As cadeiras arrumadas
Finjo não-solidão
E conto histórias
Que não acontecem...
(Amiga não morras)